segunda-feira, 23 de maio de 2011

Indignação

Depois do que ocorreu em Angra dos Reis, em 2010, é impossível acreditar de que nenhuma autoridade pública de quaisquer dos três poderes tenha tomado qualquer providência para que a tragédia não se repetisse.
Infelizmente mais uma vez passamos a assistir tamanha tragédia, uma repetição sem que qualquer providência tenha sido tomada até o momento. Isso já chega a ser inaceitável e revoltante e que nenhuma autoridade pública seja responsabilizada civil e criminalmente!
Vamos apostar na responsabilidade política e das autoridades que não permitam mais construções nas encostas dos morros, em áreas de risco, e detenham o processo em sua origem e não fiquem a lamentar as “tragédias anunciadas de todos  os anos no Rio de Janeiro”, não se sabendo precisar exatamente os locais. Uma vez ocorreu em Angra dos Reis; agora ocorreram em outros locais..Porém sempre no Rio de Janeiro e sempre durante as chuvas de verão.
Não quero aqui e não estou atribuindo culpa direta a ninguém especificamente, mas a todos indistintamente, porque todos em uma maior ou menor parcela são direta ou indiretamente culpados. É uma pena que entra ano e sai ano, cai barreiras, morros e encostas e o máximo que os prefeitos dessas cidades fazem é reconstruir as suas cidades com o dinheiro dos imposto. E este deixa de ser investido em benefício das comunidades.
Com certeza não existe nada que irmane mais os seres humanos do que o sofrimento coletivo inesperado. Estes dão-nos a exata medida de nossos infortúnios e impotência. A dor não tem credo, nem língua, nem pátria, não tem partido político. Em situações como essas nascem os atos de heroísmo, as expressões de generosidade, e abrem-se as comportas da bondade humana, uma e tantas vezes implorada, mas presente apenas nas grandes provações a que estamos, inexoravelmente, sujeitos.
Confesso que fiquei dias sofrendo, mas foi impossível também de não fazer parte  ao assistirmos os telejornais “as lágrimas” e estas, se entrelaçavam com as dores, as angústias, a impotência de não ter o alcance imediato para contribuir e ajudar a tantas pessoas. Muito difícil de não ficarmos indignados...
Preciso dizer que meus laços afetivos com a Cidade de Teresópolis são fortes, pois tenho ali pessoas que admiro, como a minha prima amiga e parceira, a qual fez parte da minha bela infância... Infelizmente sei que muitos de seus amigos, alunos e ente queridos citadinos como ela, morreram e devem continuar a olhar com grave consternação o que foi que aconteceu com sua bela cidade. E isso me aperta o coração. Nos restando a prece diária.
Lamento profundamente pelo que aconteceu na região serrana no Rio de Janeiro, mas não posso culpar os desabrigados e, sim, as autoridades públicas, irresponsáveis em todos os sentidos, principalmente por não cumprirem as leis de zoneamento urbano e permitirem construções em morros e encostas. Isto não é insensibilidade, é ter o bom senso.
Tenho esperança que um dia tudo melhore afinal, sonho que meus netos ou netas vivam com total qualidade de vida... Neste tão devastado Planeta.
E olha que temos Olimpíadas e Copa do Mundo!!!   
                                                       Renate Maria Junges Abelin

Nenhum comentário: